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sexta-feira, 1 de julho de 2016

MISS ALOA GREEN - A LAGARTA







Ser uma lagarta, pode parecer fácil. Mas, quando tudo em sua volta é muito grande - viver é um jogo perigoso.

Eu vivo aqui neste jardim. Ele é minha casa. Eu vejo as estrelas no céu escuro, e sinto o vento correndo entre as árvores.

Eu acordo cedo. Às quatro horas, antes do nascer do sol. Eu vivo debaixo da grande árvore, perto do muro branco. Eu acho que há vida depois do muro branco, mas as minhocas riem de mim, elas não acreditam que isso possa ser verdade.

Contudo, ele não. Ele não ri.  Ele é uma lagarta como eu. Ele é lindo. Todos os dias ele passa debaixo da minha janela. 

- Bom dia, Miss Aloa!
- Bom dia!
- É muto bom te ver.
- É muito bom te ver também Senhor Gilberto!

Ele e seu guarda-chuva desaparecem na tarde.

No inverno, não neva, mas faz muito frio. Eu uso botas. Quantas ?

- Dezesseis.

O verão é minha estação favorita. Há frutos, flores e os pássaros cantam. Assim são os dias na América do Sul.  Mas, nada é perfeito neste mundo. 

Aos sábados o jardineiro molha as plantas. Chove muito. Na verdade,  ele faz um oceano em nossas vidas.Então, eu vou para escola de barco. 

Isto não é o pior, e quando ele usa o cortador de grama! É mesmo o  fim do mundo. 

Meu grande medo é Genessis o anão.
Ele fica parado no centro do jardim. Ele não fala, ele não ri. Ele é muito sério.
Eu acho que ele dorme lá, em pé.

O jardineiro e sua máquina, o grande dilúvio, o Anão do jardim, isto tudo é o lado escuro deste paraíso.

Contudo, a grande mãe Natureza, cuida de nós.
Eu aprendo todos os dias, eu estou aprendendo.
 Eu aprendo sempre. 


LUISA ATAIDE