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sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

RESMUNGA MUNGA


Era uma vez uma gatinha esplendorosa. Munga tinha os  olhos azuis  que se fechavam bem devagarinho. A cauda preta balançava de alegria de um lado pro outro. O pelo era marrom macio, e as patinhas pareciam ter pisado a neve: vestidas sempre com meias brancas. Dizer que aquela gata era bonita eu diria não ser muito justo, ela era mesmo esplendorosa.

        Mas ela andava triste. Se davam Bom dia ela dizia:

- Naummmm

Tudo bem?

- Naummmmm.

Os dias eram um doído não. Ou talvez um oiiimmm. Aquilo era toda hora, todo minuto, todo segundo, sempre. A gatinha resmungava  sem parar. Não comia, não brincava, não sorria. Pulava o muro para a casa vizinha, queria fugir do nauuummmmm. Voltava no final da tarde e tudo continuava doído e triste como um não ou:
- Oiiimmm, ummmm, naoooummm, aiiiiii, aiiiii.

Por que resmunga Munga?
- aimmmmmm.

Alguém pegou ela no colo e ela chorou um miado mais agudo ainda. Alguém encostou na patinha e o maior nãummmm do mundo pulou lá de dentro. Alguém segurou a patinha de Munga e viu: um sinalzinho preto pra fora, querendo sair mas não podia.Era o espinho da roseira que morava ali, a quanto tempo ninguém sabia.

Alguém puxou o espinho com força, com tanta força que quase arrancou  o  pé de roseira inteiro do espinho. Munga amanheceu feliz.

Bom dia Munga
- Miauuu!
e saiu balançando seu rabinho esplendoroso.



Às vezes o que não nos deixa sorrir é só um espinho no pé.
       

L.A

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